Não é das minhas comidas favoritas mas cá em casa todos gostam. Pessoalmente, gosto de tudo o que leva feijão branco, um dos meus favoritos. Um prato bom para os dias de maior frio!
Ingredientes para 5 pessoas
1 kg de dobrada
2 latas de feijão branco de 800 gr (cada)
1/2 chouriço corrente
1/2 morcela de arroz
1/2 couve lombarda
1/4 pimento encarnado
3 tomates(usei congelado)
2 colheres de sopa de azeite
sal
1 cebola média
1 dente de alho
1 folha de louro
salsa picada qb
Confecção
- Lave bem a dobrada , 2 a 3 vezes. Com algum tempo de antecedência coza a dobrada com sal. Reserve a água da cozedura e corte a dobrada em pedaços.
- Corte os chouriços em rodelas grossas.
- Corte também a a couve lombarda em juliana fina.
- Entretanto refogue num tacho a cebola finamente picada, o alho e o tomate no azeite até a cebola estar translúcida.
- Junte a couve lombarda, bem como o pimento aos cubos e o louro. Deixe ganhar cor e junte uma concha do caldo da cozedura da dobrada. Deixe ferver.
- Assim que ferver junte mais caldo até a panela estar meia.
- Junte o feijão bem escorrido , as rodelas de chouriço , baixe o lume e deixe cozer.
- Assim que a lombarda estiver cozida e o molho mais espesso junte então a dobrada e sempre em lume brando, deixe apurar mais uns 10/ 15 minutos, mexendo de vez em quando.
- Polvilhe com salsa picada, mexa novamente e desligue o lume.
- Sirva bem quente.
Notas
Este prato pode ainda levar cenoura cortada às rodelas.
Pode colocar só o chouriço corrente.
Curiosidades
A dobrada é conhecida como sendo um típico prato do Norte do país, mas é também muito conhecida no Brasil.
Quem não conhece o célebre poema de Fernando Pessoa "Dobrada à Moda do Porto"?
Há pratos assim, que contam histórias e História....
Dobrada à Moda do Porto - Àlvaro de Campos (Fernando Pessoa)
Um dia, num restaurante, fora do espaço e do tempo,
Serviram-me o amor como dobrada fria.
Disse delicadamente ao missionário da cozinha
Que a preferia quente,
Que a dobrada (e era à moda do Porto) nunca se come fria.
Impacientaram-se comigo.
Nunca se pode ter razão, nem num restaurante.
Não comi, não pedi outra coisa, paguei a conta,
E vim passear para toda a rua.
Quem sabe o que isto quer dizer?
Eu não sei, e foi comigo...
(Sei muito bem que na infância de toda a gente houve um jardim,
Particular ou público, ou do vizinho.
Sei muito bem que brincarmos era o dono dele.
E que a tristeza é de hoje).
Sei isso muitas vezes,
Mas, se eu pedi amor, porque é que me trouxeram
Dobrada à moda do Porto fria?
Não é prato que se possa comer frio,
Mas trouxeram-mo frio.
Não me queixei, mas estava frio,
Nunca se pode comer frio, mas veio frio.